bela
4 min readMar 11, 2024

Ei, caro leitor!

Enquanto eu vinha escrevendo em uma torrente de criatividade, trazendo insights de jogos, personagens de RPG e até prometendo um diário de aventura, a vida não parava.

Não só não parava, como me atropelou de repente, trazendo mudanças e me arrastando pra fora da zona de conforto.

O que aconteceu? Consegui a vaga na empresa que eu queria. Yay!

Isso me deixou absurdamente feliz, por diversos motivos. Não estava satisfeita no meu antigo emprego, me sentia subaproveitada e sem motivação para contribuir com novas ideias.

Passei MESES desejando essa mudança. Me candidatei para DEZENAS de vagas, tive retorno de pouquíssimas e, dentre elas, a vaga que eu queria de verdade.

E por fim, consegui. Fui aceita no processo seletivo, o que foi uma grande validação do meu trabalho e dos meus textos.

Mas o sabor dessa conquista foi agridoce. Cheguei a me sentir culpada por isso. Como algo que eu queria tanto, que eu pedi tanto ao universo, pode trazer uma certa tristeza e desconforto?

A resposta está na *zona de conforto*.

Pois é. Odiava meu emprego anterior, mas estava confortável nele, porque:

  • Não tinha grandes desafios no meu dia a dia;
  • Minha rotina era mais tranquila com dois dias de home office na semana;
  • Eu já estava acostumada com o ambiente e sabia como lidar com as pessoas naquele lugar.

Em contrapartida, eu:

  • Recebia mal e estava com o salário sempre atrasado;
  • Precisava conviver com comportamentos tóxicos dos meus gestores;
  • Não tinha NENHUMA perspectiva de crescimento.

Assim como a minha nova conquista, a zona de conforto também é agridoce: tem seus pontos positivos, mas geralmente são superados pelos negativos e é isso que nos leva a querer sair dela.

No novo emprego, minha rotina mudou: em duas semanas de trabalho, percebi que o fluxo de demandas é infinitamente maior. Estou todos os dias na empresa, o que resulta em muito menos horas de descanso e lazer e muito mais cansaço no fim do dia.

[E devo deixar claro: eu sou uma grande defensora do home office, ou ao menos do regime híbrido. Acho que como comunicadora, é importante estar presente em momentos pontuais, mas acredito que consigo criar e produzir muito mais quando estou no conforto da minha casa.]

Mas mesmo com esses contras, tenho perspectiva de crescer aqui. Tenho possibilidades de propor ideias, vencer desafios e chegar ao fim do dia com o sentimento de: “poxa, eu sou uma ótima profissional!”. E sinceramente, isso é o mais recompensador.

Então, nesse momento da minha vida, fez mais sentido o esforço para sair da zona de conforto e sacrificar algumas horas de descanso, do que permanecer estagnada profissionalmente em um lugar que nem sequer me pagava no dia certo!

Mas isso também traz as consequências de ter que se adaptar às mudanças. Acordar mais cedo, dormir mais tarde, criar menos, lidar com pessoas novas e seus próprios métodos de trabalhar.

Com menos tempo livre, cada segundo de descanso parece valer mais. Preciso ser produtiva, até em como relaxar. Desenhar, ler, escrever para o Medium, escrever minhas histórias, jogar RPG, sair com amigos, ouvir o audiodrama certo e, claro, ser a melhor profissional que consigo. Será que dá pra fazer isso tudo?

Ahh e temos também a ansiedade de estar em um ambiente mais competitivo. A possibilidade de crescimento exige que eu dê o melhor de mim, sempre. Mas e se eu não conseguir? E se o meu melhor, não for suficiente? E se meu colega conseguir aquela promoção antes de mim?

Passar por esse processo tem matado um pouco a criatividade que estou reconstruindo, pouco a pouco. Tem matado minha disposição, meu ânimo. Só quero dormir, descansar, assistir Parks and Recreation e fazer tudo de menos produtivo possível.

Se você leu meu texto sobre as metas para 2024, sabe que isso vai diretamente contra meus objetivos para esse ano.

E daí vem o sabor de felicidade e desconforto em um momento que eu tanto sonhei em viver: a necessidade de abrir mão de certas coisas para conquistar outras.

Não pretendo abrir mão de tudo. Vou nutrir o mais importante para mim, da forma que conseguir. Vou me movimentar, ter jogo de cintura, concretizar os sonhos mais essenciais para quem eu sou.

E enquanto tento recuperar o equilíbrio e o molejo para manter tudo andando, deixo vocês na espera, sem novos personagens, sem reflexões sobre o processo criativo e o meu mergulho no mundo dos games.

Prometo aparecer aqui, de vez em quando. Afinal, continuar escrevendo PARA MIM é algo que considero importante para mim e que será nutrido, mesmo que lentamente.

Então é isso. Torço para que esse não seja o meu último texto aqui, torço para continuar forte, disposta e capaz de lutar pelos pequenos prazeres da vida.

Torçam por mim também!

Até a próxima.

bela

Uma nerdola incorrigível, inpirada por fantasia medival e vampiros. Gosto de desenhar, escrever e jogar.🍄