Repositório de Criações #1 — Amarís

bela
5 min readFeb 15, 2024

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Damphir, feiticeira e sedenta por vingança.

Informações principais:

  • Nome: Amarís Vulpini
  • Idade: 25 anos
  • Classe: Feiticeira, Magia Selvagem
  • Raça: Damphir, sede por sangue
  • Background: Investigadora (Van Richten’s)
  • Sistema: Dungeons & Dragons
Arte por Abigail Larson

Amarís nasceu assim.

Desde cedo provou as torturas da sede e as delícias de se satisfazer com sangue fresco, quente e abundante.

Cresceu em uma pequena família vampírica, os Vulpini, e foi criada pela mãe. Amarís, porém, era diferente de seus familiares: era filha de um elfo feiticeiro, perfeitamente vivo.

Portanto, ela habitava uma área pouco explorada e compreendida do vampirismo: não estava morta e também não estava viva. Não desfrutava de todo o poder que um vampiro possuía, mas não sofria com o sol em sua pele e não era afetada por magias divinas. Era uma Damphir, uma criatura híbrida.

Arte por Abigail Larson

Os poucos vampiros que mantinham contato com sua família repudiavam a menina, considerando-a uma aberração e uma afronta a sua existência perfeita.

Amarís implorou diversas vezes que sua mãe a transformasse completamente e acabasse com aquela perseguição, mas esta lhe respondia que não, pois não queria que a garota perderia sua ancestralidade mortal, a única coisa que ainda tinha de seu pai, além, é claro, da sua afinidade inata com magia.

Assim, boa parte de sua vida consistiu em ser discreta e esconder-se de vampiros que prometeram dar fim àquela heresia. Nada estava sob seu controle. Por sorte, vampiros eram paranoicos por natureza e não arriscavam muito sair de sua zona de conforto, o que garantia sua segurança em casa.

Mas Amarís não era um vampiro e gostava de explorar, conhecer o mundo e provar novos sabores.

Foi assim que conheceu Érebos, em vampiro recluso, que vive em um castelo rodeado por árvores altas que detinham quase toda a luminosidade em suas copas. Amarís encontrou o local enquanto procurava um lugar afastado para praticar magia — estava cansada dos surtos de magia selvagem e gostaria de dominar melhor suas habilidades como feiticeira.

Foi bem recebida por ele e Lars, um minotauro extremamente polido, que tinha Érebos como mestre. Acabou ficando hospedada alguns dias no castelo, encantada por conversar com um vampiro fora de seu seio familiar que não a tratava como algo repugnante. Nesse meio tempo, Érebos permitiu que ela praticasse sua magia no grande pátio da construção e Lars ajudou-a quando os surtos de magia fugiam ao seu controle.

Arte por Abigail Larson

Foram dias tranquilos e felizes. De imediato, Érebos ficou fascinado pela criatura mórbida e bela que acabara de conhecer, tão cheia de vida e ao mesmo tempo, tão capaz de compreender sua maldição.

A paixão surgiu entre os dois, como geralmente surge para vampiros — intensa, intrépida e violenta. Como uma obsessão.

Érebos já tinha vivido muitos séculos, provado o sangue de diversas vítimas e estava cansado da matança. Apresentou a Amarís uma nova forma de viver: se alimentava apenas de animais, eventualmente de clérigos e paladinos que tentavam lhe matar.

A Damphir, que passava cada vez mais tempo com Érebos, estava disposta a viver como ele, de forma pacífica. Sua família era violenta, voraz e a tranquilidade daquele lugar evidenciava outras facetas de sua personalidade que nem mesmo ela conhecia.

Enquanto os Vulpini acreditavam que ela viajava pela Costa da Espada, Amarís planejava se casar com Érebos e finalmente tornar-se uma vampira completa. Viveriam a eternidade juntos em seu refúgio, dançando sob o luar, caçando pequenos animais pela noite.

Até que uma vila próxima ao castelo foi atacada.

Um ataque brutal, violento e, ainda assim, sem uma gota de sangue sequer. A autoria do ataque foi atribuída a Amarís. Residentes do local alegavam ter visto uma mulher pálida, de cabelos fartos e pretos como a noite, atacar a vila em plena luz do dia.

Érebos repousava no momento do ataque, mas sabia que sua amada podia caminhar sob o sol sem consequências. Sabia que ela ainda sofria com o impulso de matar pessoas e sabia que os dois eram as únicas criaturas da noite nas proximidades.

E mais uma vez, Amarís provou o gosto da rejeição. Érebos sentia-se traído e mal podia encará-la. Apesar dos protestos de Lars, que de fato estava com Amarís na hora do ataque e a defendia das acusações, a garota foi expulsa da propriedade, jurada de morte caso retornasse.

Rejeição, dor, injustiça. A sensação de impotência sufocava Amarís, que não conhecia o conceito de respirar.

Quem sabia sobre seu relacionamento com Érebos? Quem iria querer destruir sua felicidade daquela forma, sem se importar com as vítimas no caminho? Seria outro Damphir? Ou os vampiros que a perseguiram durante toda sua vida?

Essas foram as perguntas que Amarís jurou responder e, diante de sua determinação, Lars ofereceu-lhe lealdade. Daquele dia em diante, ela se afastou definitivamente dos Vulpini e embarcou em uma jornada pela Costa da Espada em busca de respostas.

Arte por Abigail Larson

Enquanto investigava lendas e mitos sobre vampiros e suas variações, em busca da melhor forma de matá-los, topou com aldeias assombradas por monstros, espíritos em busca de libertação, assassinatos sem solução e acabou pegando o gosto pelo mistério.

Em diversos locais do continente, é possível ouvir histórias sobre a dama pálida que, acompanhada de seu mordomo minotauro, investigou enigmas, charadas e, eventualmente, trouxe um pouco mais de paz aos moradores da região…

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bela

Uma nerdola incorrigível, inpirada por fantasia medival e vampiros. Gosto de desenhar, escrever e jogar.🍄